O fim de uma geração vencedora

Que o Flamengo é uma instituição nacional , que alimenta milhões de paixões e representa como poucos a história, tradição e o espírito vencedor do futebol brasileiro, todos nós rubro-negros fanáticos (e uma parcela menos recalcada dos representantes da torcida arco-íris) sabemos.

Porém, alguns dos mais novos representantes da Nação Flamenga, toda uma geração nascida nos primórdios da década de 90, embora nunca tivesse abalados seu amor e sua fé no (merecidamente conquistado) status de campeão do Mais Querido, amargou  alguns anos na seca de títulos realmente considerados como de primeira grandeza. Após o brasileiro de 92, onde fomos guiados ao lugar mais alto da tabela (aquele que por direito nos pertence) por nosso eterno Maestro Júnior, até montamos alguns bons times, e chegamos a abarrotar um pouco mais nossa já lotadona sala de troféus com alguns carioquinhas em cima dos nossos já fiéis fregueses, uma emocionante porém secundária Copa dos Campeões e uns dois torneios continentais periféricos. Mas era consenso entre a Nação que faltava algo.

E após longos anos adormecido, e anestesiado por gestões incompetentes, o Gigante lentamente começou a acordar, para desespero dos antis. E como é característico dos grandes, ressurgimos após uma quase tragédia. E em 2005, começou a se formar a base de uma geração vencedora, que comandada por papai Joel, conseguiu em uma surpreendente arrancada, se livrar milagrosamente de uma queda já anunciada pelos arco-íris despeitados.

Em 2006, vieram os primeiros frutos e até com certa facilidade, copamos mais uma vez o Brasil, em cima do nosso eterno vice. Depois disso, com a vaga na Libertadores 2007 já garantida, o brasileiro virou treino.

Veio 2007, e com ele o primeiro título do nosso penta-tri campeonato carioca, em cima do mini- vice. Porém na Libertadores, a soberba atrapalhou e fomos eliminados de forma esdrúxula. Isso abalou o time e no começo do brasileiro, fomos obrigados a conviver com temida zona da morte, mas novamente conseguimos uma milagrosa arrancada, dessa vez rumo a Libertadores 2008.

E mais uma vez ganhamos o carioquinha 2008 com facilidade sobre o nosso novo vice. E mais uma vez fomos eliminados de forma vergonhosa na libertadores. No Brasileiro, montamos um bom time e lideramos por várias rodadas, mas na janela de transferências perdemos nosso ataque titular e não soubemos repor a altura, terminando em quinto lugar na competição, para desespero da torcida.

2009 foi a cereja do bolo. Completamos a trinca no nosso freguês monotítulo, e mesmo desacreditados, passamos por cima de todo mundo e finalmente, depois de longos 17 anos, chegamos novamente ao topo do Brasil, comandados por nosso eterno ídolo Dejan Petkovic e o Imperador Adriano.

2010 foi um ano desastroso, cheio de transições e mudanças políticas, mas essa, que foi sem dúvida a geração mais vitoriosa do clube desde 1992, foi marcada por diversos nomes, que se tornaram ídolos, ou pelo menos serão sempre lembrados e terão seus nomes gravados na história do clube, como Léo Moura, Petkovic, Adriano, Fábio Luciano, Ronaldo Angelin, Juan, Ibson, Andrade, Renato Augusto, Joel Santana, Renato, Obina, Delair Dumbrosck, Márcio Braga, e até mesmo nosso ex-goleiro assassino burrão, que enquanto jogou, representou bem. Cada um desses, e ainda outros que não me ocorrem agora, teve sua importância na recuperação do respeito e da soberania no cenário fubebolístico nacional pelo Flamengo.

Mas como nada é pra sempre, essa geração vencedora começa a se desfazer, e provavelmente 2011 será marcado pelo surgimento de uma nova geração no clube. Resta a nós esperar que seja outra geração vitoriosa, quem sabe até mais do que essa, e nos leve novamente ao topo da américa e do mundo.


SRN à todos
Sempre Flamengo

                                                                                                         Roger Fontana Gegenheimer